quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Vais e não peques mais X Vais e não voltes mais

Hoje mais uma vez me deparei com um dos desvios da igreja institucional, digo institucional, por que a IGREJA, que deveria ser apenas um organismo, a reunião daqueles que foram tocados pela Graça de Deus, se tornou um lugar de convergência de interesses próprios, onde os valores e os princípios de seu fundador JESUS CRISTO, foram a muito esquecidos e transformados em tópicos teológicos.

Mas, como dizia, fui surpreendido... Uma jovem me procurou no gabinete, aflita e visivelmente desnorteada. Ela me apresentou a razão de toda aquela aflição: uma gravidez inesperada.
Ela e o seu namorado, membros da mesma igreja, começaram um namoro, deixaram-se levar pelas paixões da juventude e consumaram o ato sexual, segundo ela mesma aconteceu umas quatro ou cinco vezes, e numa dessas vezes aconteceu o que temiam... A gravidez!

Desesperados, procuraram o seu pastor, cônscios de seus equívocos, mas com esperança de serem “absorvidos” pelo seu líder, buscaram apresentar toda a história, sem rodeios e sem esconder nada confessaram e abriram os seus corações... Bem o resultado que se seguiu foi um verdadeiro linchamento público, foram sumariamente expulsos de seus cargos, por que segundo “pastor” não eram dignos de tais funções!

Eles eram impuros! Ele um exímio contra-baxista, e muito dedicado no serviço e ela uma das integrantes do departamento infantil daquela comunidade, foram afastados, sem direito a nada, nem uma explicação, sem que houvesse a oportunidade de se concertar, o que para o pastor era “inconsertável”.

O púlpito se tornou um lugar de mensagens encomendadas, as pessoas cheias de moral e pudor, e tomadas pelo “zelo do Senhor”, os tratavam como se fossem leprosos, e tudo isso por que confessaram o seu pecado!
Hipocrisia!

Sim, tudo isso é uma grande hipocrisia, nos inquietamos profundamente com as barrigas que crescem, com as inconseqüências de nossos jovens e achamos que amar um casal que fez sexo antes do casamento é nos tornarmos complacentes e paternalistas!

Pensamos que temos o direito de legislar sobre a vida do outro, determinando quem pode e quem não pode exercer os cargos na comunidade, e isso tudo numa eleição absolutamente estética!

Achamos-nos puros demais, simplesmente por que os nossos pecados não fazem à barriga crescer! Aliás, convencionamos que os piores pecados, os pecados imperdoáveis são aqueles que maculam a imagem da “igreja”. Nossos temores são aqueles que podem sujar a reputação de nossas denominações, de tal maneira que se suporta um orgulhoso, mas não se tolera um fumante recém chegado, que luta desesperadamente contra seu vicio, se elege presbíteros amantes do dinheiro, dominadores, contudo não se tem compaixão de uma mãe solteira!

Tolera-se uma fofoqueira, que está em todos os cultos de oração imagináveis, mas que promove dissensão entre os irmãos, simplesmente por que ela é esteticamente aceitável! Contudo aquele jovem recém saído das drogas, vivendo ainda uma luta descomunal com seus dilemas, com uma aparência repugnante, não consegue pacificar a sua alma, posto que a “igreja” é um lugar para os “puros” e cheia de pessoas estaticamente toleráveis!

Penso que sofremos de uma amnésia que é resultante de nossa conveniência, e por que digo isto? Porque Jesus andou entre os inaceitáveis! Ele que é a plena manifestação da Graça chocou aqueles que se achavam a mais alta expressão de pureza, Jesus escandalizou os esteticamente corretos. Ele Jesus, rompeu com os “sãos”, Ele, Jesus fez aliança com meretrizes, publicanos e pescadores, amou os marginais, e repudiou os “puros” fariseus, posto que para Ele, a imagem de nada vale se o coração não for simples e pastoreável.

Para o Jesus-Graça, o invólucro é efêmero, e não expressa as essencialidades, os conteúdos para Ele são mais importantes, de tal modo que Nele não há variação, diante Dele toda a síndrome da “figueira-que-parece-ter-fruto”, mas, não tem cai por terra.

Portanto, penso que esta “igreja-instituição-oficial-denominacional” se perdeu, sim, ela se perdeu! Se achando juíza, legisladora e detentora da Graça, se distanciou da visão; era pra ser o corpo, mas insiste em ser cabeça!
Ora a Graça não é de ninguém, na verdade a Graça se manifestou num menino-DEUS, ela andou entre nós cheia de Graça e de verdade, pisou este chão de dores e de deformações, tocou-nos, e foi a CRUZ a mais plena e concreta expressão do SER-GRAÇA-JESUS, nada é maior que Ele, nem uma gravidez fora do tempo, tudo se minimiza diante Dele, de tal modo que sem a Graça, esta “igreja” não tem graça nenhuma!

2 comentários:

Shirlei Barreto disse...

Poxa como fiquei feliz... não pelo que li aqui, apenas, pois esse dom eu já conheço. Suas pregações e palavras sempre me emocionam, porque sempre são enxarcadas do amor e da graça de nosso Jesus...
Fiquei feliz por presenciar o teu sonho nascendo, brotando lentamente, mas com raízes profundas e galhos fortes, capazes de resistir contra todas as investidas que o tempo possa trazer. Esse ministério, será como árvore frondoza, cheia de doces frutos e sempre, sempre um abrigo seguro.
Abraços,
Shirlei

Mobilização Missionária disse...

massa tudo isso aqui...porq eu sempre quis ouvir isso
me aguarde..xegarei por ai
bjs