quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Escandalosa Graça!

O bem que quero fazer esse não faço, mas o mal que não quero fazer esse sim eu faço!

Essa é pra mim uma das declarações mais estranhas que já li!

Como alguém que deseja fazer o bem, não faz? E ao invés disso pratica o mal como pulsão do seu ser?

Como entender essa tendência incontrolável, que transforma o homem num ser auto-destrutível, que o faz construir sistemas doentios, onde ele é a principal e maior vitima?
E o mais incrível, foi o apostolo Paulo quem afirmou isso. E é ele mesmo que deixa muito claro que esse é o estigma de todo homem, essa é a marca de todos os filhos de Adão, a pulsão para o mal, como uma necessidade inerente da alma.

Sem duvida, essa é uma perspectiva enlouquecedora, você querer e não poder, você desejar e não ser saciado em seu desejo, você ansiar por algo que é possível, e se perceber sem condições de experimentá-lo! Sim tudo isso enferma a alma, e desequilibra o ser, produz as piores neuroses emocionais, nos transformando em esquizofrênicos, nos partimos, e começamos a existir departamentalizados, nos tornamos como caquinhos humanos.

Nessa dimensão o querer não é poder, isso porque o poder que resulta dessa experiência é o poder do pecado e da escravidão, que expõe a fragilidade humana e faz o coração transbordar de culpa, sim tudo isso é escravidão e um julgo impossível de se carregar.

Quem quer fazer o bem e não faz, só pode sentir angustia e frustração, é pior do que isso, por que conforme Davi é como ter os seus ossos esmagados, é se enxergar um marginal, é não ter consolo no ser, é ter um coração sem paz!

Ora, nada essencialmente humano pode equilibrar o homem, ele está imerso num ciclo escravizador e, portanto é viciado no mal que lhe habita, e é por isso que o bem que ele deve fazer não faz, mas o mal que não deve ser feito, esse sim ele deseja fazer...esse sou, homem desventurado!

Qual a solução então? Qual a saída para esse ser desequilibrado em suas emoções, perdidos em seus propósitos?

A GRAÇA, sim, somente Graça pode recompor este homem, somente a Graça alinha a existência de um ser sem foco. Somente a Graça pode fazer de um homem polarizado entre o bem que deveria fazer e não faz, e o mal que não deveria fazer e faz, e portanto adoecido, cheio de culpa e frustração, em alguém pacificado e cheio de esperança!

E por quê? Por que a Graça não depende das nossas ações e das nossas barganhas! A Graça grita dentro de nós...”TUDO ESTÁ CONSUMADO!”

Não é preciso mais aplacar a ira dos deuses sanguinários, posto que o sangue do Cordeiro já fora derramado, satisfazendo a justiça do Pai!

A Graça grita dentro de nós, nos lembrando que houve derramamento de sangue, e, portanto há perdão, não há mais barganhas a fazer, só há Graça!

Portanto, o equilíbrio não tem haver com os mecanismos externos e com sistemas deste mundo, ser sóbrio, mesmo não fazendo o bem que se deve fazer é ter a consciência de que somos percebidos através da Graça de Deus manifestada na Cruz de seu Filho, sim tudo isso é Graça que nos torna homens lúcidos, num mundo desequilibrado!

Pedro Albuquerque

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